Os trabalhadores da Indesit, ex- Merloni, em Praias do Sado, manifestaram-se, mais uma vez, à porta do Governo Civil de Setúbal, no dia 19, por ainda não terem sido esclarecidos sobre o futuro da empresa e sobre eventuais despedimentos. Em causa estão 160 postos de trabalho e a mudança do nome da empresa, como denunciou o dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos do Sul, Manuel Bravo.
Estranho acontecimento, nesta acção, foi o facto de a PSP ter identificado vários manifestantes, atitude justificada com a falta de informação por parte do corpo policial, sobre a data e o local da iniciativa. Contudo, após os trabalhadores terem mostrado o fax com a autorização, tudo se resolveu e o protesto pode prosseguir.
A governadora civil, Maria das Mercês Borges, tinha prometido intervir junto da empresa, em defesa da manutenção da unidade mas, em termos práticos, daí não sortiram quaisquer resultados. Em menos de um ano, a Merloni despediu cerca de 200 trabalhadores.
No dia 1 de Janeiro, a empresa mudou de nome para Indesit Company Portugal Electrodomésticos S.A.. Fonte da companhia garantiu que a mudança se prende apenas com uma estratégia de marketing internacional, decidida pela sede da unidade, em Itália.
Na semana antes da manifestação, a administração tinha tentado retirar da unidade de Praias do Sado, uma máquina considerada fundamental para a viabilidade económica da empresa, para Inglaterra.
Para trabalhadores e sindicato, a solução passa pela fabricação de novo produtos da marca italiana.